terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A técnica ORDIT


A técnica ORDIT (Organisational Requirements Definition of Information Technology Systems) 

Geralmente, a análise de sistema convencional  tem foco em definir informação a partir de uma visão mais direcionada para o funcionamento do software. O modo que as pessoas se relacionam com a organização e a organização se relaciona com o ambiente no qual está inserida tem repercussão importante sobre  o processo de construção de sistemas informatizados. Para Mumford [MUM83], ORDIT é uma metodologia para projetos sóciotécnicos, na qual o sistema é visto como um todo, inserido dentro de um ambiente operacional mais amplo, tendo o usuário como uma parte integrante do sistema. Requisitos organizacionais são resultantes das interações de sistema  com o contexto social. Algumas fontes de emanação de requisitos são as estruturas de poder, os papéis e posições das pessoas, as obrigações e responsabilidades, o controle e autonomia, os valores e éticas. Portanto, muitos requisitos resultam das estruturas e  políticas adotadas pelas organizações. ORDIT objetiva ajudar os participantes das organizações a definirem alternativas técnicas e o futuro organizacional, fornecendo um processo sistemático,  capaz de suportar gerações de requisitos organizacionais e fornecer métodos e ferramentas associadas que suportam o processo [ORD93, DOB94a, EAS97]. A metodologia descreve stakeholders, relacionamentos, papéis, obrigações, responsabilidades e recursos utilizados.

A doutrina central da filosofia de ORDIT é a defesa de que em um projeto de sistemas não se pode dar atenção somente aos assuntos técnicos, porém sim, aos técnicos e aos humanos. Desse modo, a metodologia ORDIT trata também dos requisitos não-funcionais, e contém um banco de dados de padrões, modelos e conhecimento sobre as características e necessidades de classes diferentes de usuário de computador.

Segundo Dobson [DOB94b], são objetivos da metodologia  ORDIT:

•  criar uma metodologia de apoio à comunidade de stakeholders que deseja considerar o uso da tecnologia da informação para desenvolvimento de software a partir de uma visão organizacional;  
•  capturar e representar requisitos organizacionais para os futuros sistemas sóciotécnicos, levando em consideração tanto requisitos organizacionais como individuais;  
•  modelar a organização e sistemas de informação;
•  modelar futuros alternativos e avaliar o ajuste deles com as exigências de diferentes stakeholders;  
•  produzir uma especificação que representa as mudanças organizacionais e os requisitos do sistema.          
A Figura 3.1 apresenta os elementos básicos da linguagem de modelagem proposta no ORDIT.



A Figura 3.1 mostra que em ORDIT é possível examinar os tipos de relações entre entidades iguais e diferentes. Examinando esses relacionamentos, pode-se começar a entender como ocorre a influência das atividades, dos recursos e dos agentes. Uma atividade é uma operação que se relaciona com as mudanças de estado do sistema, que podem ser visíveis para um ou mais agentes.  Recurso  pode ser de dois tipos: de  consumo e  não-consumível.  Recursos de consumo são objetos como matérias-primas, tempo ou dinheiro, e recursos não-consumíveispodem incluir informação, serviços de telecomunicação etc. Por fim,  agente pode ser considerado como um manipulador primário  do estado ou estrutura do sistema e é o único objeto que, por uma atividade, pode criar, modificar ou destruir outros objetos.

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